quarta-feira, 24 de novembro de 2010

QUE SEJAS MEU UNIVERSO - PG


Que sejas meu universo...
Não quero dar-te só um pouco do meu tempo
Não quero dar-te um dia apenas da semana.

Que sejas meu universo...
Não quero dar-te as palavras como gotas
Quero que saia um dilúvio de bênçãos da minha boca.

Que sejas meu universo...
Que sejas tudo o que sinto e o que penso
Que de manhã seja o primeiro pensamento
E a luz em minha janela.

Que sejas meu universo...
Que enchas cada um dos meus pensamentos
Que a tua presença e o teu poder sejam alimento,
Jesus este é o meu desejo.

Que sejas meu universo...
Não quero dar-te só uma parte dos meus anos
Te quero dono do meu tempo e dos meus planos.

Que sejas meu universo...
Não quero a minha vontade
Quero agradar-te
E cada sonho que há em mim quero entregar-te.

Que sejas meu universo...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais uma pra coleção


Com quase 4 mil cervejas - de 132 países -, empresário Eduardo Dantas é o maior colecionador do Nordeste. A bebida é a terceira mais ingerida no mundo e o Brasil aparece na 29ª posição no ranking de consumo

Há mais de 30 anos, o comerciante Eduardo Dantas cultiva – com muito esmero – o hábito de colecionar cervejas. Isto mesmo! Em um dos cômodos da sua casa, na Fazenda Lages, a 12 quilômetros de Itabaianinha, ele guarda um montante de quase 4 mil cervejas que representam mais de 130 países.

Dispostas em várias prateleiras, as latinhas, latões, garrafas e barris são cuidadosamente catalogados. E a chave do seu ‘cervejódromo’ somente ele possui. Até onde se sabe, a coleção de Eduardo Dantas é a maior do Nordeste. “Há outro louco em São Paulo que tem mais de 21 mil latas guardadas em dois apartamentos fechados. Eu sou um louco em menor escala e creio que estou em primeiro lugar por aqui”, diz, num tom bem humorado.

Quando questionado sobre o porquê de colecionar cervejas, Eduardo Dantas explica que ‘este é um tipo de coleção que não para: está sempre inovando.’ E o mais curioso é que, apesar de exímio colecionador, ele nunca fez da paixão nacional o seu grande vício: costuma beber uma taça apenas para degustação.

CURIOSIDADES
Enquanto apresenta a sua coleção à reportagem, Eduardo Dantas também mostra que entende bem do assunto. Segundo ele, a cerveja é a terceira bebida mais consumida no mundo (perdendo apenas para a água e o chá). A maior cervejaria é a Budweiser, nos Estados Unidos, que também é o país que mais produz a bebida. Na Bélgica, está a maior variedade, mas é na Alemanha que se concentra o maior número de cervejarias por pessoas.

“O maior consumo de cerveja está na Tchecoslováquia. Lá são 180 litros por pessoa/ano. A Irlanda vem em segundo lugar, com 153 litros. O nosso Brasil está bem distante no ranking de consumo. Ele aparece na 29ª posição, com 56 litros por pessoa/ano. O Rio de Janeiro é o Estado com maior número de ingestão: são 90 litros por pessoa”, explica Dantas.

Eduardo Dantas acrescenta que a cerveja chegou ao Brasil com a família real, no ano de 1808. As primeiras cervejas nacionais tinham tampa de rolha que, por causa da fermentação, era amarrada ao gargalo com uma mini-corda. Dantas também explica que contrário ao que se pensa, chopp e cerveja são a mesma bebida.

“A diferença é que o chopp passa pelo processo de pasteurização para que os germes patogênicos sejam eliminados. Algumas pessoas também não sabem que o famoso colarinho (espuma que se acomoda na borda do copo) não é um mero enfeite. Ele atua como isolante térmico e preserva aromas e gás carbônico da cerveja”, esclarece o ‘professor’.

O colecionador Eduardo Dantas nunca recebeu proposta para vender a sua coleção. Ele deixa claro que não tem nenhuma pretensão de fazê-lo, mas que tudo tem o seu preço. “Nos parâmetros normais, eu não venderia. A não ser que o dinheiro oferecido fosse suficiente para que eu não trabalhasse nunca mais”, diz, esbanjando simpatia.

Matéria publicada no Jornal Cinform - Aracaju/SE

Texto:
Alessandra Cavalcanti

Foto:
Marcelle Cristinne

sábado, 13 de novembro de 2010

Amigos...


"Eu poderia suportar - embora não sem dor - que morressem todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem os meus amigos." Faço minhas as palavras do incrível Poetinha Vinícius de Moraes.

FLOR DA PALMEIRA


“Lá vem a flor da Palmeira, a mulher mais dançadeira e cheirosa que já conhecemos”. Com esta saudação, Maria Ferreira, ou simplesmente Binha, era recebida quando ‘botava os pés nos forrós da vida’ que aconteciam nos fins de semana, lá pelas bandas da zona rural de Malhador – distante 49 quilômetros de Aracaju.

Os homens se animavam, ‘as mulheres enciumadas ficavam’ e a poeira subia quando ela chegava. Aos 72 anos, Binha relembra, sorrindo, um pouco das coisas que aprontou nos melhores dias de sua mocidade.

Maria Ferreira é uma das figuras mais simpáticas do povoado Palmeira. Dona de muitas risadas e estripulias, das quais ela não se arrepende de jeito nenhum, Binha ganhou como brinde 22 filhos gerados quando a poeira baixava e no apagar das luzes de cada forrobodó.

Um detalhe importante: ela nunca casou e apenas dois dos seus rebentos tinham o mesmo pai. “Os outros são de pais diferentes, que nunca conheceram os meninos. Eu ficava os nove meses sozinha, porque eles me abandonavam. Depois de 15 dias de parida, eu botava o meu batom vermelho, o meu rouge e ia de novo para os bailes dançar. Chegando lá, eu me engraçava por outro filho da peste, e começava tudo outra vez”, relembra, às gargalhadas. “Os homens não se apaixonam tão fácil. É tudo ilusão”, acrescenta.

Apesar de tantas paixões, a namoradeira Binha sempre trabalhou para criar a prole. E deu conta do recado. “Criei todos na barra da minha saia, comendo adicuri e jenipapo”, diz. Sobre o quesito ‘preconceito’, ela afirma que nunca sofreu discriminação por ser mãe solteira. Também não gosta de dar conselho, porque acredita que as pessoas só compreendem os problemas quando passam por eles.

Binha enfrentou uma vida inteira de dificuldades, mas se declara uma mulher realizada ao lado dos seus filhos e de mais de 40 netos. “Não me arrependo de nada. Sempre fui feliz e nunca vivi de aparência como acontece com muitas mulheres casadas, que ficam em casa, sofrendo, e eles na rua, aprontando”, declara a simpática Binha.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CABAÇA NA CABEÇA


*Alessandra Cavalcanti

Em todo o mundo, milhões de pessoas colecionam os mais diversos objetos. Tem gente com mania de guardar selos, cartões postais, bonés, chaveiros, máquinas de escrever, celulares, calculadoras antigas. E o que poderia ser considerado um simples hobby, acaba sendo uma atividade cultural por excelência.

No município de Tobias Barreto – distante 113 quilômetros de Aracaju –, a aposentada rural Maria Elza de Oliveira, de 62 anos, coleciona cabaças. É isso mesmo! São aqueles objetos parecidos com cuias, e que, aliás, são assim chamados em outras regiões.

Às cabaças, também foram acrescidos termos como porongo e taquera. E seja qual for a nomenclatura, elas são, nada mais nada menos, do que uma planta trepadeira presente no Norte e Nordeste brasileiro, comumente utilizada como utensílio indispensável no dia a dia das tribos indígenas.

PRAZER
O hábito prazeroso da simpática Maria Elza – que sorri ainda mais quando percebe os olhos curiosos e deslumbrados da reportagem – é mantido há muitos e muitos anos. Sua casa é ornamentada com cabaças dos mais variados tamanhos e chama a atenção de quem passa por perto.

“Desde criança tenho essa mania. Comecei a catar as cabaças no sítio do meu avô. E desde aquela época vou recolhendo todas aquelas que encontro”, diz a criativa senhora. Natural do município baiano de Olindina, Maria Elza fixou residência em Tobias Barreto há mais de 30 anos, levando consigo a velha e gostosa mania.

Segundo ela, ‘baiano gosta de cabaça’. Sua coleção já foi bem maior, mas diminuiu porque sempre que familiares e amigos vêm visitá-la levam consigo uma ‘cabacinha envernizada’ como lembrança. “Se eu fosse contar todas as que já tive, certamente daria para encher a carroceria de um caminhão”, diz a colecionadora, deixando escapar um certo saudosismo pelas peças que se foram.

Mas logo ela se conforma ao recordar que se foi Deus quem fez, por que um presente assim será negado a quem lhe pede? “Vale lembrar que também sou presenteada quando recebo dos amigos o convite para visitar suas terras e trazer novas peças de lá. Volto cansada, trazendo nas costas as cabaças dos lugares onde passo, mas não deixo nenhuma sequer”, brinca Maria Elza, mostrando que colecionador que se preza não deixa a mania no meio do caminho.

Foto: Arnon Gonçalves

O HARÉM DO SULTÃO SERGIPANO


*Alessandra Cavalcanti

No auge dos seus 78 anos, qual a receita para um homem cultivar o talento na arte de conquistar as mulheres? Líder de uma família atípica, José de Paula Almeida, o popular Zé do Baião, dá a dica, confiando no próprio taco e na experiência de quem administra a vida ao lado de muitas companheiras: “Tudo é questão de tratar bem. Mulher é um tipo de remédio sem efeitos colaterais. Quanto mais, melhor”, afirma o agricultor.

Zé do Baião nasceu e vive até hoje na praia do Abaís, no município de Estância, a 68 quilômetros de Aracaju. Lá, ele tem um bar e vários sítios de coco, de onde tira a renda capaz de oferecer conforto para tanta gente. Conhecido como sultão sergipano, Zé do Baião tem seis esposas, quatro namoradas e alguns ‘casinhos extras’.

Sua prole é numerosa: 57 filhos, 70 netos e 10 bisnetos. Mesmo assim, ele garante que consegue dar atenção a todos e se considera um excelente pai. “Nunca desamparei nenhum dos meus filhos. Todos têm casa e carinho meu. Em dias de festa, a casa se torna pequena para tanta gente”, afirma.

Sexo

Contrário ao que se pensa, as mulheres de Zé do Baião convivem em paz entre si, fato que acabou sendo um pré-requisito imposto por ele. Algumas até auxiliam na criação dos filhos das outras sem nenhum problema. “Elas não sentem ciúmes porque consigo deixar todas satisfeitas. Sou um marido bom e por isso elas não querem me perder”, diz.

“Não tenho moradia certa. Dei uma casa, conta no banco e cartão de crédito a cada uma delas. Quando quero vê-las vou visitando de uma por uma. As sogras não intervêm. Muito pelo contrário: são felizes porque trato bem as filhas delas”, afirma Zé. Para ele, não há diferença entre esposa e namorada. “Todas me esperam, me dão beijinhos na boca e vão para a cama comigo. Faço amor de manhã, à tarde e à noite, de domingo à quinta-feira. Na sexta, descanso e acendo velas para a minha santa”, destaca, sem revelar o nome da intercessora.

Ele afirma não haver segredos para tanto apetite sexual. É apenas um homem regrado, que dorme cedo, alimenta-se várias vezes ao dia, evita gorduras e está sempre de bem com a vida. Enquanto muitos dos seus amigos fumam, bebem e fazem caminhada para manter a forma, o vício e o esporte de Zé é apenas um: mulher.

Nada de paixão

Paixão e amor são coisas complicadas para Zé do Baião, que em nenhum momento da vida pronunciou a frase ‘eu te amo’. “Sou viciado nelas, gosto delas, porém nunca me apaixonei. Esses sentimentos são complicados e só acabam em tragédias ou mágoas. Do jeito que sou está bom para todo mundo”, enfatiza Zé.

Ele também não sente ciúmes de nenhuma das suas ‘donas’ e diz que basta um beijo frio ou desculpas mentirosas de doenças na hora do amor para o relacionamento chegar ao fim. “Separo no mesmo dia. O direito que eu tenho de arrumar outra ela também terá, desde que não esteja mais comigo, porque, como diz a história, se eu for para o cabaré, no outro dia serei o mesmo Zé. Já a mulher ganha fama ruim”, comenta.

Zé do Baião diz que durante toda a vida já teve 44 mulheres, no entanto foi casado apenas duas vezes: uma na igreja e outra no civil. “Houve uma época em que eu dormia na mesma cama, entre elas. Nunca houve discussão”, lembra Zé, sorrindo. As duas esposas morreram, mas a vida dele continuou. Sempre tem mulher nova na área e ele acredita que isso acontece porque a propaganda é a alma do negócio.

“Todas as mulheres que tenho acabam me anunciando bem por aí afora. Elas falam que sou bom marido, que trato todas com carinho e isso acaba atraindo outras mulheres. Além disso, faço questão de andar charmoso, com minhas roupas de linho, cordão de ouro no pescoço e muito cheiroso”, diz.

Pecado

Católico e padrinho de 151 afilhados, Zé do Baião nunca vai à missa. “Acabo me distraindo ao olhar para as pernas bonitas que têm por lá”, diz. Ele também não considera pecado o fato de conviver com várias mulheres ao mesmo tempo. “Ainda não vi qual é a bíblia que proíbe isso. Não estou fazendo mal a ninguém. Trago as mulheres para junto de mim com o sentido de fazer apenas o bem. Nunca levantei a mão para nenhuma delas, só dou amor e carinho. Além disso, sou sincero desde o início. Nunca jurei amor, nem casamento. A gente fica ao lado do outro até quando der certo”, explica, em tom sério.

Apesar do gosto exagerado pelo sexo feminino, Zé do Baião não compra revista de mulher pelada por achar que tudo é melhor ao vivo. Chateado, ele traz à tona um ‘boato constrangedor’ veiculado em um jornal da imprensa sergipana, afirmando que ele pretende posar nu algum dia. “Nunca falei isso e acho de grande mau gosto e irresponsabilidade um comentário assim. Por essa razão, tenho me negado a dar entrevistas sobre a minha vida. Gosto é de mulher e não quero graça com atitudes desse tipo”, desabafa Zé do Baião.

*Foto: Reprodução/Divulgação

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

RABISCOS DE LYA LUFT


Uma flor selvagem - Lya Luft

O amor é uma escultura que se faz sozinha. É uma flor inesperada sem estação do ano para surgir nem para morrer. Vai sendo esboçada assim, ao léo: aqui a sobrancelha se arqueia, ali desce a curva do pescoço, a mão toca a ponta de um pé, no meio estende-se a floresta das mil seduções. Imponderável como a obra de arte, o amor nem se define nem se enquadra: é cada vez outro, e novo, embora tão velho. Intemporal. Planta selvagem, precisa de ar para desabrochar mas também se move nos vãos mais escuros, em ambientes sufocantes onde rebrilham os olhos malignos da traição ou da indiferença, e a culpa o pode matar. O convívio é o exercito do amor na corda bamba. Os corpos se acomodam, as almas se espreitam, até se complementam. Mas pode-se cair no tédio – sem rede –, e bocejar olhando pela janela. Inventamos receitas para que o amor melhore, perdure, se incendeie e renove... nem murche nem morra. Nenhuma funciona: ele foge de qualquer sensatez, como o perfume das maçãs escapa num cesto de vime tampado. Se fossemos sensatos haveríamos de procurar nem amar, amar pouco, amar menos, amar com hora marcada e limites. Mas o amor, que nunca tem juízo, nos prega peças quando e onde menos esperamos. Nunca nos sentimos tão inteiros como nesses primeiros tempos em que estamos fragmentados: tirados de nós mesmos e esvaziados de tudo o mais, plenos só do outro em nós. Nos sentimos melhore, mais bonitos, andamos com mais elegância, amamos mais os amigos, todo mundo foi perdoados, nosso coração é um barco para o qual até naufragar seria glorioso (ah, que naufrágios...). Mais que isso, nesse castelo – como em qualquer castelo – não pode haver dois reis. Quem então cederá seu lugar, quem será sábio, quem se fará gueixa submissa ou servo feliz, para que o outro tome o lugar e se entronize e... reine? A palavra “liberdade” teria de ser mais presente, porém é mais convidada a discretamente afastar-se e permitir que em seu lugar assuma o comando alguma subalterna: tolerância, resignação, doação, adaptação. Rondando o fosso do castelo, a vilã de todas a culpa. Quem deixou sobre minha mesa o bilhete dizendo “se você ama alguém, deixe-o livre” sabia das coisas, portanto sabia também o desafio que me lançava. No mundo das palavras há tantos artifícios quantas são as nossas contradições. Por isso, conviver é tramar, trançar, largar, pegar, perder. E nunca definitivamente entender o que – se fossemos um pouco sábios – deveríamos fazer. Farsa, tragédia grega, outras soneto perfeito: o amor, com as palavras, se disfarça em doces armadilhas ou lâminas.

"Quando a gente quer, faz acontecer"



“Quando a gente quer, faz acontecer”. Foi esta frase de uma amiga querida – a minha quase xará Alexsandra – que me trouxe a este post, após ter passado parte da noite meditando sobre tudo o que conversamos no MSN. Este depoimento era tudo o que eu precisava ouvir. Com certeza ela não sabe, mas enquanto eu absorvia a sua história – narrada com tanto amor nas entrelinhas –,chorava litros de emoção. Aliás, gostaria de dedicar à Alê e ao seu esposo (que esqueci o nome agora) a essência deste texto.

Conheci Alê no Colégio Cenecista de Palmares (Pernambuco), há mais ou menos 17 anos. Estudávamos na mesma sala e ficamos amigas. O tempo passou e nos separou um pouco, mas a amizade foi aquela plantinha boa que jamais deixaria de colher bons frutos, graças ao esmero da semeadura.

Nos reencontramos ano passado, graças ao Orkut. Na verdade, foi Alê quem me encontrou quando – coincidência ou não – eu andava angustiada tentando a qualquer custo saber sobre o seu paradeiro. Contrário ao que pensei, minha doce amiga não mora mais no Brasil. Há mais de cinco anos está casada e vive com o esposo e seus dois filhos em Denver – uma linda cidade do Colorado, um dos 50 estados dos Estados Unidos da América.

MUITO FELIZ

Apesar de estar longe do ninho – o Brasil –, Alê me tranqüilizou quando disse que está feliz, ‘muito feliz’. “Encontrei o amor da minha vida, tenho uma família linda e amo este lugar”, declarou da forma mais apaixonada possível.

Mas nem tudo foi o tempo todo tão simples e fácil. Alê e seu esposo (cujo nome insisto em não lembrar) se conheceram no Brasil, durante as férias dele, no verão, começaram a namorar e ficaram mais de um ano longe um do outro. “Até sair o meu visto, tivemos que ficar distanciados. Mas o nosso amor era grande e quando a gente quer, faz acontecer”. Lindo isso, não?

Fiquei pensando em como deve ser compensador ‘fazer algo acontecer’, fazer tudo por alguém, ainda mais por quem se ama. Passamos parte da vida buscando um amor. E quando ele chega, chegam também a fé e a força para fazer valer a pena. Penso que o amor nos torna tão poderosos e grandiosos a ponto de tornar pequenino tudo que aparece no meio do caminho. Até as distâncias.

Vida e obra de Maurício de Sousa são temas de livro infantil


Na semana em que o cartunista completa 75 anos, título traz curiosidades sobre o criador da Turma da Mônica

Quem não conhece a Mônica, a Magali, o Cebolinha e o Cascão? Famosos personagens da literatura infanto-juvenil. Agora, que tal mergulhar na infância do criador dessa turminha? Esta é a proposta da Callis Editora, na semana em que Maurício de Sousa, um dos maiores cartunistas brasileiros, completa 75 anos

Escrito por Audálio Dantas, “A Infância de Maurício de Sousa” conta a história do menino feliz, que nasceu em uma família de artistas e passou boa parte da infância em Mogi das Cruzes, uma cidade do interior de São Paulo, onde as pessoas não se preocupavam em fechar as portas.

Em meio a uma turminha muito unida, o pequeno Maurício jogava pião, descia ladeiras de terra com um carrinho de rolemã e adorava fazer e empinar pipas. Desde cedo, ele demonstrava criatividade com desenhos e formatos de pipas diferentes. Uma delas parecia um avião.

Quando terminavam as brincadeiras, a diversão era ouvir as histórias da Vó Dita, muitas das quais serviram de inspiração para os primeiros desenhos de Maurício. Já no ginásio, o cartunista fez sua primeira revista em quadrinhos, que passava de mão em mão pelos colegas.

Além da infância de Maurício, a Callis Editora conta, por meio da coleção “A infância de...”, as travessuras infantis de personalidades como Graciliano Ramos, Tarsila do Amaral, Ziraldo e muitos outros.

Criacionismo é tema de palestra em Aracaju


Para defender a Teoria do Criacionismo (que tenta explicar o surgimento do universo, tomando por base a Bíblia sagrada), o mestre e escritor Adauto Lourenço tem viajado por todo o Brasil e pelos Estados Unidos.

No período de 27 a 30, ele estará em Aracaju, realizando palestras sobre o assunto. No dia 27, a partir das 18h30, o campus da Farolândia da Universidade Tiradentes – Unit – sediará o encontro, cujo título é ‘Investigando causas naturais e causas inteligentes na busca pelas origens’.

As inscrições podem ser feitas pelo site www.unit.br. No dia 28, às 9h, a palestra acontece no Colégio Americano Batista. As inscrições para este segundo dia também são online, no www.colegioamericanobatista.com.br. De 28 a 30, às 19:30, o mestre e escritor estará na Igreja Presbiteriana de Aracaju. Mais informações podem ser obtidas no www.iparacaju.org ou no ipa@iparacaju.org.

Prêmio 'João Sapateiro de Poesia Popular' movimenta Laranjeiras



A noite da segunda-feira, dia 18, foi de festa em Laranjeiras, com a entrega da premiação da segunda edição do Prêmio João Sapateiro de Poesia Popular. O evento é promovido pela prefeitura da cidade, com o objetivo de estimular e valorizar o trabalho dos artistas sergipanos.

Wedmo Dantas Mangueira Neto foi o dono do primeiro lugar, com a poesia 'Correnteza'. O segundo foi Joselito de Jesus Franco, com 'Celebração'. E o terceiro lugar do pódio foi ocupado pela poetiza Alessandra dos Santos, com 'O genial João Ribeiro'.

MOÇÕES HONROSAS
Nessa segunda edição, o prêmio teve como tema os 150 anos do João Ribeiro, e dezenas de trabalhos de poetas sergipanos foram inscritos.

Antônio Pinheiro Campos, com Tributo a João Ribeiro; José Ronaldson Sousa, com 150 anos de um João de Laranjeiras; e Lucas Rodrigo Modesto Santos, com Os 150 anos de João Ribeiro – Memória de Dois João,foram OS agraciados com as moções honrosas.

Elimine da sua vida qualquer pessoa que não esteja disposta a pagar o preço justo para te merecer!

OLHOS VERMELHOS - Capital Inicial


Os velhos olhos vermelhos voltaram
Dessa vez
Com o mundo nas costas
E a cidade nos pés
Pra que sofrer se nada é pra sempre?
Pra que correr, se nunca me vejo de frente

Parei de pensar e comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

Os velhos olhos vermelhos enganam
Sem querer
Parecem claros, frios, distantes
Não têm nada a perder
Por que se preocupar por tão pouco?
Por que chorar, se amanhã tudo muda de novo?

Parei de pensar e comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

É PROIBIDO



E aqui está um poema de Pablo Neruda sugerido por meu amigo querido - e misterioso - Zé. O rapaz tem bom gosto! Confiram.

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

QUE MEDO DE AMAR QUE NADA!



*Alessandra Cavalcanti

Hoje, o chefinho chegou à Redação cantarolando aquela música de Beto Guedes, intitulada ‘O medo de amar é o medo de ser livre’. A letra maravilhosa e melodia formidável me fizeram parar para pensar se realmente devo acreditar nesta afirmativa tola de que não se ama porque se tem medo. E me recuso a crer no que considero pura balela.

E rebato: medo? Só de bicho peçonhento e de gente ruim. Não se ama porque em determinada vida ainda não chegou aquele alguém que fizesse o coração ficar prestes a sair pela boca. Ou porque ainda não se deu a oportunidade de experimentar um gostoso ‘cafuné sem pressa’, como bem disse Drummond, e de bolar ‘comidinhas pra depois do amor’, de forma bem prendada como citou Vinícius de Moraes.

Não se ama porque se faz questão de deixar as porteiras fechadas para o que a vida tem de melhor e de mais sublime. E assim como Vinícius, ‘eu, francamente, já não quero nem saber de quem não vai porque tem medo de sofrer...”. O amor chega para jogar fora todos os medos.


O MEDO DE AMAR É O MEDO DE SER LIVRE

*Beto Guedes

O medo de amar é o medo de ser
livre para o que der e vier
livre para sempre estar
onde o justo estiver

O medo de amar é medo de ter
de todo momento escolher
com acerto e precisão
a melhor direção

O sol levantou mais cedo e quis
em nossa casa fechada entrar - pra ficar

O medo de amar é não arriscar
esperando que façam por nós
o que é nosso dever - recusar o poder

O sol levantou mais cedo e cegou

terça-feira, 19 de outubro de 2010

CRENÇA


" Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,amor pra valer, só acontece uma vez. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida
só ganha sentido quando encontramos a outra metade.Não contaram que já nascemos inteiros,que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes e que podemos tentar outras
alternativas. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

*Desconheço o autor

sábado, 16 de outubro de 2010

RABISCOS DE FERREIRA GULLAR


TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

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NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.

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MADRUGADA

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes

RABISCOS DE PAULO LEMINSK


RAZÃO DE SER

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

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Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

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não discuto
com o destino

o que pintar
eu assino

RABISCOS DE HILDA HILST


Filha do fazendeiro e poeta Apolonio de Almeida Prado Hilst, Hilda nasceu na cidade de Jaú, em uma família rica do interior paulista. Seu pai morreu esquizofrênico aos 35 anos, o que fez com que Hilda optasse por não ter filhos, uma vez que um médico lhe teria dito que a doença atacava geração sim, geração não. As pessoas que conviveram com a poeta a descrevem como uma pessoa deslumbrante, generosa, dona de palavras ácidas, íntegra e culta. Na juventude, foi tida como uma das mulheres mais bonitas de sua geração. A beleza e a personalidade forte tocaram também Carlos Drummond de Andrade, que dedicou um poema a ela (veja reprodução do poema acima). Hilda foi musa de artistas, poetas – Vinicius de Moraes chegou a se apaixonar por ela – e intelectuais. Foi amiga de Lygia Fagundes Telles – “até o fim da vida”, afirma Lygia – e, com seu comportamento avançado, sempre chocava a sociedade paulistana em meados da década de 50. Hilda Hilst morreu em 4 de fevereiro de 2004, de falência múltipla dos órgãos, depois de uma queda em que fraturou o fêmur.

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Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo.
Contempla o teu viver que corre, escuta
O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.
O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:
"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.
E isso é tanto, que o teu ouro não compra,
E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto.

RABISCOS DE CLARICE LISPECTOR


"Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou."

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"Há uma palavra que pertence a um reino que me deixa muda de horror. Não espantes o nosso mundo, não empurres com a palavra incauta o nosso barco para sempre ao mar. Temo que depois da palavra tocada fiquemos puros demais. Que faríamos de nossa vida pura? Deixa o céu à esperança apenas, com os dedos trêmulos cerro os teus lábios, não a digas. Há tanto tempo eu de medo a escondo que esqueci que a desconheço, e dela fiz o meu segredo mortal."

................

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata."

................

"Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite."

ALMA PERFUMADA - Drummond


Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril,mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível,a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas,a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco ,
juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe como tem a alma perfumada!
E q esse perfume é dom de Deus.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

COMO TUDO COMEÇOU?


O professor Adauto Lourenço - cientista com larga experiência como palestrante no Brasil e nos Estados Unidos -, estará em Aracaju no período de 27 a 30 deste mês, proferindo palestra sobre o ‘criacionismo científico’.

No dia 27, a partir das 18h30, o encontro acontecerá na Universidade Tiradentes – Unit. As inscrições podem ser feitas pelo site www.unit.br. No dia 28, às 9h, o Colégio Americano Batista receberá Adauto Lourenço, que debaterá o tema com os estudantes daquela unidade de ensino.

Para o público em geral, a palestra acontecerá de 28 a 30, na Igreja Presbiteriana de Aracaju, às 19:30. A entrada é franca e neste último caso não há necessidade de inscrição. Outras informações podem ser obtidas no fone (79) 3214-2680 ou nos portais www.iparacaju.org ou ipa@iparacaju.org.

PRAÇA LUIZ GONZAÇA É TRIBUTO ESQUECIDO


Apesar de ter sido homenageado pelo Rei do Baião, município de Propriá não retribuiu à altura e deixou patrimônio ao relento

*Alessandra Cavalcanti
Foto: Ana Lícia Menezes

É unanimidade dizer que Luiz Gonzaga foi o maior cantador do Nordeste. E graças ao seu legado, ele foi homenageado em todo o país com estátuas, bustos, títulos, museu, ruas e praças. Na capital sergipana, por exemplo, o Gonzagão é um importante espaço cultural. No interior do Estado (em especial, nas cidades de Propriá, Malhada dos Bois e Canindé de São Francisco), o Rei do Baião também deixou e levou boas recordações.

No município de Propriá, por exemplo, a amizade firmada com o ex-prefeito Pedro Chaves, rendeu troca de presentes e citações dele e da cidade em canções. Para o seu amigo, Luiz Gonzaga compôs o 'Forró de Pedro Chaves', no ano de 1967. Mas antes disto, em 1951 Gonzagão manifestou a grande vontade de retornar à cidade na composição que intitulou 'Propriá'.

Certamente, Luiz Gonzaga quis eternizar as retribuições à receptividade propriarense. Isto porque na década de 50, entre outras gentilezas, o então prefeito Pedro Chaves construiu a primeira praça do país em homenagem ao Rei - a Praça Luiz Gonzaga - bem no centro da cidade.

Ali, o próprio homenageado cantou - feliz e agradecido - em um grande palco montado especialmente para marcar a sua presença na inauguração do lugar. A cidade ficou em festa e celebrou isto como um dos grandes acontecimentos registrados no Baixo São Francisco sergipano.

ABANDONO
Mas com o passar dos anos, aquele patrimônio - palco da festança que recebeu Luiz Gonzaga - acabou sendo esquecido. A comunidade reclama do abandono e 'não entende' como é que tantos administradores passaram pela cidade sem despertar para a construção de um busto que 'registrasse de uma vez por todas' a importância do Rei do Baião para Propriá.

"A praça era uma beleza: tinha flores, era toda cercada e agora está esquecida. Pela importância e consideração que Luiz Gonzaga teve com Propriá, acho que deveriam cuidar melhor desta área. E o primeiro passo, além da limpeza diária, seria a construção de um busto que deixasse a lembrança dele ainda mais forte entre nós", destaca o comerciante Manoel Messias da Silva, o Dudinha, 62 anos.

Fã incontestável de Luiz Gonzaga, o aposentado Paulo Raimundo dos Santos, 67, cultiva um grande sonho: "Antes de morrer, quero ver um busto bem bonito bem no meio da praça. Gostaria muito que o atual ou o próximo prefeito realizasse este meu desejo", destaca.

PROJETO
De acordo com Martinho José da Silva, secretário da Cultura e do Meio Ambiente de Propriá, a atual administração está amadurecendo um projeto de reforma e ampliação da praça para ser implantado no centenário de Luiz Gonzaga, em 2012.

"A praça de fato é um dos símbolos sergipanos em homenagem ao Rei do Baião. A nossa ideia é fazer a junção da praça e de um canteiro que existe ao lado, fazer uma concha acústica e concentrar tudo em um só lugar", diz o secretário.

"No projeto também haverá um portal com a imagem de Gonzagão. A proposta é para 2012, mas se a administração entender que isto deve ser apressado para o próximo ano, assim faremos", acrescenta Martinho.

QUE SAUDADE DA PROFESSORINHA...


Hoje é Dia do Professor. E 'professor' fica pra sempre na vida da gente. Sinto saudade dos meus - desde os mais exigentes aos mais camaradas. Tia Jeane, Tia Lúcia, Tia Tânia...Dorinha Maciel, Fernanda Barros, Josivaldo Brito, Madre Espírito Santo...Deise Dias, Susane Vidal... Nossa!!! Quanta gente maravilhosa fez parte da minha vida. E o que é melhor: cada um passou registrando as mais importantes lições. Deixo aqui o meu carinho, respeito e admiração por cada 'mestre' 'que me ensinou o bê-à-bá...'

Amo vocês!

À DISTÂNCIA, ENSINO ELIMINA CALOR HUMANO E COMPROMETE QUALIDADE

Atualmente, há 145 instituições credenciadas em todo o Brasil. Destas, 91 são públicas e 54, particulareS. Em Sergipe, Unit disponibiliza 24 polos para 7 mil alunos. UFS conta com mais de 5 mil estudantes matriculados em 15 unidades

*Alessandra Cavalcanti

"Conquiste a formação que você precisa sem sair de casa, com qualidade, economia e flexibilidade". Com esta mensagem como estivesse vendendo pasta de dente e sabonete, o portal do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e à Distância - AbraEAD - convida pessoas a ingressarem no mundo universitário, utilizando-se apenas de um computador conectado à internet e doses cavalares de dedicação. Está aí a senha do sucesso ou do fracasso?

De acordo com o AbraEAD, um em cada 73 brasileiros estuda à distância. E, somente em 2007, mais de 2,5 milhões de pessoas fizeram isto. Atualmente, há 145 instituições credenciadas em todo o Brasil. Destas, 91 são públicas e 54, particulares. O AbraEAD também verificou que 15% das matrículas do ensino superior do país estão nesta modalidade de ensino. O percentual representa 791 mil pessoas distribuídas em quase 650 cursos.

Mas a pergunta é: será que o ensino à distância realmente supre as necessidades dos alunos quando o presencial anda tão cambaleante? As opiniões são distintas. A estudante Maria Paula dos Santos (nome fictício), por exemplo, já pensou até em desistir do curso Letras Português/Espanhol que faz no polo da Universidade Tiradentes em Carira.

O fato de não contar com a presença do professor - e este profissional é insubstituível, sim, em salas de aula - para corrigir os erros de conversação e esclarecer outras dúvidas têm desestimulado a aluna. "Estou no terceiro período e até agora só tive aulas de espanhol no segundo. A conversação é zero, e não sei se vale a pena continuar", desabafa Maria Paula.

Segundo, Fábio Alves, vice-diretor do Centro de Educação Superior a Distância - Cesad - da UFS, a principal dificuldade para um aluno que ingressa em um curso à distância é o estabelecimento de uma rotina própria de estudos, além de ter que estudar sem a presença física do professor.

"Estamos habituados ao ensino presencial. E a EaD, por sua vez, possibilita que o aluno adeque sua rotina de estudo às suas particularidades de horário, e não o força a percorrer longas distâncias até um local determinado para ter uma aula", ressalta Fábio Alves.

OLHO NO OLHO
Marcos Danilo de Almeida não tem queixas a fazer sobre o curso de Biologia do polo da Universidade Aberta do Brasil - UAB - em Nossa Senhora da Glória. "Também faço o curso presencial de Direito, na Unit, e vejo que tudo depende do empenho do aluno para aprender. As dúvidas que tenho lá são as mesmas que surgem no ensino à distância", argumenta Marcos.

Apesar de acreditar nos efeitos positivos da EaD, Carlos Roberto de Souza, coordenador do polo da UAB em Glória, destaca que os cursos de Matemática, Química e Física são os que possuem maior índice de desistência dos alunos. Isto comprova a dificuldade provocada pela ausência de professores em tempo real para o esclarecimento de dúvidas e eventuais orientações.

José Augusto do Nascimento, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares do Ensino Superior de Sergipe - Sinepe/SE -, acredita que em qualquer formação a convivência é muito importante, porque somente a figura humana pode captar as necessidades do outro.

"Não se pode formar alguém simplesmente pelo sonho. Não dá para desenvolver um aluno sem trabalhá-lo olho no olho, sem que sua expressão facial, angústias e necessidades sejam vistas", destaca José Augusto.

Para Ronaldo Linhares, professor, doutor e coordenador adjunto do Programa Estadual de Educação Profissional a Distância da Unit, a EaD é apenas uma modalidade dentro do processo de educação formal dos sujeitos. "Não cabe pensar se é melhor ou pior. Ela tem uma função social importante numa sociedade em que a produção do conhecimento e o acesso a este é cada vez mais exigido como indicador da formação profissional e nas demandas do mercado", avalia. Que história é esta, professor? Claro que cabe, sim, perguntar e inquirir o que é melhor e o que é pior. Não basta suprir do pior apenas porque não se pode conceder o melhor.

FUNÇÃO SOCIAL
Segundo José Augusto do Nascimento, o ensino à distância é uma 'realidade mundial' e que, por isso, tende a crescer cada vez mais. Mesmo que ruim. No entanto, ele acredita que ainda há muita coisa para avançar no país. "O aluno brasileiro ainda não tem o hábito de estudar sozinho, sendo orientado de longe. Outra questão é: as instituições estão sendo criadas sem nenhuma identidade. O estudante não tem a quem se reportar, reclamar, pedir ajuda", observa o presidente do Sinepe/SE.

"O máximo que maioria das instituições do país tem é um site. Elas não têm endereço fixo nem jurídico. Ninguém sabe quem é o diretor nem o coordenador", critica José Augusto, que garante que em Sergipe essa realidade é um pouco diferente. "Aqui temos condição de saber a procedência das instituições que prestam este tipo de serviço", acrescenta. No entanto, apesar deste 'diferencial, percebe-se que o Estado não está bem organizado, já que não se sabe exatamente o número das faculdades sergipanas que ensina à distância. Nem o Conselho Estadual de Educação dispõe destes dados.

POLOS
De acordo com Jane Freire, gerente do Núcleo de Educação à Distancia da Unit - Nead -, em 2009 o censo só apontou as universidades Tiradentes e Federal como instituições cadastradas. "A Unit tem 24 polos distribuídos no interior sergipano. São 7 mil alunos estudando à distância nos cursos de graduação e pós graduação", diz Jane Freire.

Na UFS, há 5.385 alunos matriculados em 15 polos distribuídos nos municípios de Arauá, Areia Branca, Brejo Grande, Estância, Laranjeiras, Japaratuba, Poço Verde, Porto da Folha, São Domingos, Carira, Dores, Glória, Lagarto, Propriá e São Cristóvão.

"O objetivo é ampliar as oportunidades de acesso ao ensino superior para a população sergipana. É parte do projeto de expansão e interiorização da UFS, que conta com a abertura de novos Campi em Itabaiana, Laranjeiras e Lagarto, e com a oferta de cursos à distância", explica Fábio Alves, vice-diretor do Cesad.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010


"...ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins..."

Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RABISCOS DE CAIO FERNANDO ABREU



COTIDIANO

"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir.
Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora.
Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou.
Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê.
E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância.
Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva.
Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber.
Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância.
Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”

SAUDADE

"Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga
com carne por fora e espinho por dentro."

BARQUINHO

Eu entro nesse barco, é só me pedir.
Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes.
Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia.
Mas você tem que remar também.
E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia.
Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir.
Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto.
Eu te ensino a nadar, juro!
Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças!
Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser à toa, que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.Re-amar.
Amar.
"Precisamos ser pacientes, mas não a ponto de perder o desejo. Devemos ser ansiosos, mas não a ponto de não saber esperar."

Max Lucado

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A ÚLTIMA GRANDE LIÇÃO: O SENTIDO DA VIDA



Passados cinco anos, resolvi reler o livro que considero o mais lindo do mundo: A última grande lição, de Mitch Albom. A história é real fala sobre o reencontro (20 anos depois) do escritor com o seu melhor professor da universidade, quando este estava à beira da morte.

Com o contato e a afeição restabelecidos, Mitch passou a visitar o seu antigo mestre, Morrie, todas as terças-feiras, tentando sorver seus últimos ensinamentos. Durante 14 encontros, por intermédio das ágeis mãos de Mitch e do bondoso coração de Morrie, nasceu esta obra, que nos transmite maravilhosas reflexões sobre amor, amizade, medo, perdão e morte.

Com mais de dez milhões de exemplares vendidos no mundo, este livro foi o último desejo de Morrie, e sua última grande lição: deixar uma profunda mensagem sobre o sentido da vida. O livro é, sem dúvida, um grande presente para o mundo. Recomendo.

ARROGÂNCIA EM BAIXA



Já perdi preciosos momentos dos meus nada-mole dias para tentar encontrar alguma explicação que justifique a existência de uma pessoa arrogante neste mundo de meu Deus.

Não achei nada que amenizasse esse gostinho de jiló. Deve ser porque não existe justificativa para alguém que fala sempre mais alto, não tem humildade, é excessivamente vaidoso e orgulhoso, no sentido mais ínfimo destas palavras.

Fico pensando no quanto é bom ser querido, ser bem aceito e agradável. E traçando um paralelo com quem não é assim, vejo que o arrogante merece ainda mais as nossas orações para que todo o seu amargor se converta em doçura, e para que o seu convívio consigo seja ao menos suportável.

Viver ao lado de alguém assim deve a melhor forma de pagar os pecados, uma verdadeira penitência. E trabalhar ao lado de um arrogante é, sem dúvida, uma boa oportunidade para testar a paciência e a fé. O camarada que consegue esta proeza chega bem perto da entrada do céu.

O meu conselho é: quando um serzinho assim se aproximar de você, tente cantar. É, cantar. Uma melodia suave vai cair como luva no combate aos efeitos nocivos de quem ainda não percebeu o tamanho da sua inconveniência.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, porque até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." (Provérbio árabe)

COMO UMA ONDA


Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar

*Lulu Santos/Nelson Motta

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Foi preciso...



Foi preciso...
Perder.
E desprotegida,
Enfrentar o gelo da dor.
Sem noção,
Errar o caminho,
Engolir ausências,
Vomitar mágoas,
Ultrapassar vontades...
Para, enfim,
Abraçar o Teu Amor.

O DONO DA ESTAÇÃO


A vida se move em ciclos
Tudo é fase, tudo passa
A Deus pertenceo tempo
De plantar e de colher

Ele é o dono da estação
O Pai jardineiro
Que vai transformar
Os dias frios do nosso inverno
E a folhagem do outono renovar

Ele é o dono da estação
Que fertiliza o solo seco do verão
Enche de cores as flores
E os bosques do coração

O dono da estação
Faz florir a primavera
E quando menos se espera
Perfuma os campos da vida
Com aroma suave
De lírios, rosas, jasmins

Se faltar beleza em teu jardim,
Espera no Senhor
Nem sempre é inverno
E nem será verão
O outono vai chegar
Folhas secas vão cair
Com sua permissão

Tudo é fase, vai passar
A primavera vai brotar
E você estará em jardineiras mãos
Porque o Deus semeador
É o dono da estação
Deixe o Deus semeador
Regar suas fases com amor

*Alessandra Cavalcanti

Nostálgica por natureza...



Descobri que sou nostálgica por natureza, que alguns sentimentos me derrubam e que eu ainda não aprendi a ser tão forte. Descobri que não sou tão paciente, nem tão compreensiva, e que tenho uma certa habilidade para atrair pessoas...e afastá-las também.
Descobri, enfim, que sou um caso pra ciência estudar, que a minha fé ainda não está do tamanho que eu gostaria que estivesse, que detesto sentir saudade e que não sou louca, por estar aqui me expondo desta maneira.
Descobri que vai demorar mais um pouco – ou muito – para eu me tornar quem gostaria de ser, que sou péssima comigo mesma e que preciso diminuir URGENTEMENTE os meus níveis de ansiedade.
Acabei de descobrir que preciso parar de escrever, porque este assunto é chato e ninguém tem nada a ver com isto.

ENCERRANDO CICLOS...


Sempre é preciso saber
quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela
mais do que o tempo necessário,
perdemos a alegria
e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos,
fechando portas,
terminando capítulos,
não importa o nome que damos.

O que importa é deixar no passado
os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada
desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo
se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo
que não dará mais um passo
enquanto não entender as razões
que levaram certas coisas,
que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude
será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seu marido ou sua esposa,
seus amigos, seus filhos, sua irmã...
Todos estarão encerrando capítulos,
virando a folha,
seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo
no presente e no passado,
nem mesmo quando tentamos
entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará:
não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios,
filhos que se sentem culpados
ou rancorosos com os pais,
amantes que revivem
noite e dia
uma ligação com quem já foi embora
e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam
e o melhor que fazemos
é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante
(por mais doloroso que seja!)
destruir recordações,
mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível
é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração
e o desfazer-se de certas lembranças
significa também abrir espaço
para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando
nesta vida com cartas marcadas.
Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo,
não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio,
que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional
e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu com determinada perda:
isso o estará apenas envenenando
e nada mais.

Não há nada mais perigoso
que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego
que não têm data marcada para começar,
decisões que sempre são adiadas
em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo
é preciso terminar o antigo:
diga a si mesmo que o que passou,
jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época
em que podia viver sem aquilo,
sem aquela pessoa...
Nada é insubstituível,
um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio,
pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho,
por incapacidade, ou por soberba.
Mas porque simplesmente
aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta,
mude o disco,
limpe a casa,
sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Desconheço o autor)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Feliz Dia do Amigo!


"Eu poderia suportar - embora não sem dor - que morressem todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem os meus amigos." (Vinícius de Moraes)

sábado, 3 de julho de 2010

SE AMAR FOSSE FÁCIL...

Não haveria tanta gente amando mal,
nem tanta gente mal amada.

Se amar fosse fácil,
não haveria tanta fome,
nem tantas guerras,
nem gente sem sobrenome.

Se amar fosse fácil,
não haveria crianças nas ruas
sem ter ninguém,
nem haveria orfanatos,
porque as famílias serenas
adotariam mais filhos,
nem filhos mal concebidos,
nem esposas mal amadas,
nem mixês, nem prostitutas.

E nunca ninguém negaria
o que jurou num altar,
nem haveria divórcio
e nem desquite, jamais...

Se amar fosse tão fácil,
não haveria assaltantes
e as mulheres gestantes
não tirariam seu feto,
nem haveria assassinos,
nem preços exorbitantes
nem os que ganham demais,
nem os que ganham de menos.

Se amar fosse tão fácil
nem soldados haveria,
pois ninguém agrediria,
no máximo ajudariam
no combate ao cão feroz.

Mas o amor é sentimento
que depende de um "eu quero",
seguido de um "eu espero";
e a vontade é rebelde,
o homem, um egoísta que maximiza
seu "eu" ...por isso, o amor é difícil.

Jesus Cristo não brincava
quando nos mandou amar.
E, quando morreu amando
deu a suprema lição.

Não se ama por ser fácil,
ama-se porque é preciso!

(Desconheço o autor)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

POR QUE OS RELACIONAMENTOS ENVELHECEM TÃO CEDO?

Não é raro ver casais tristes por problemas no relacionamento. E o que causa mais espanto é que não são relacionamentos antigões. São novinhos em folha: uns bebês de dois, três, quatro meses e que mais parecem velhos caducos. As pessoas se conhecem, despertam no outro curiosidade, agradam pela forma de falar, de ser e de se comportar. Conversam no telefone, trocam MSN, marcam para sair...até que começam a ‘ficar’ ou partem logo para o namoro.

E tudo vai bem, tudo é lindo e maravilhoso... até o dia que acontece a primeira briguinha, rola o primeiro estresse e a visão do outro fica turva diante dos nossos olhos. E as juras de não ser tão ciumento ou ciumenta, ou de não fazer altas cobranças, ou ainda de não impedir que ele tenha a sua vida independente de ‘ter uma namorada’ começam a ir por água abaixo. O medo de perder acaba impedindo o entendimento e a respectiva felicidade dos dois.

Como administrar isto? Como fazer para sempre ser novidade para o seu amor? É tão complicado. Ainda mais em um mundo de relacionamento tão fáceis. Fáceis? Sim, fáceis no sentido de que hoje em dia tudo começa a ser permitido sem o conhecimento – ainda que panorâmico - do outro. É certo que nunca ninguém vai conhecer o outro em sua completude, mas um pouco de cautela é sempre bom, não é? Não sou a pessoa mais indicada para aconselhar casais que vivenciam conflitos assim, afinal de contas tenho me descoberto ciumenta, impulsiva e precipitada.

Mas com a experiência de quem já sentiu – e sente na pele – as chateações causadas quando se cobra e quando se é cobrada, posso dizer que ainda acredito em um bom bate-papo como alternativa para alívio de qualquer dor. Sentar e conversar sempre vai ser a maior saída. O estabelecimento de confiança e respeito mútuos deixa qualquer casal livre do envelhecimento precoce. Mas tudo isso só vai adiantar para quem ama. Se ele não ama você e se você não o ama, qualquer desculpa vai ser suficiente para levar o namoro pro asilo. Pense nisto!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

DOIS E DOIS SÃO QUATRO

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena
como é azul o oceano
e a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
por trás do terror me acena
e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

Sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.

Ferreira Gullar

sábado, 3 de abril de 2010

CONFIA EM DEUS!!!


"A confiança não é um equipamento espiritual a ser usado só em caso de crise, como um pára-quedas ou um air bag. A Fé em Deus é uma expressão de verdade, uma disposição da alma, um modo de vida. Confie em Deus seja quando for... o que for... onde for... sempre que for." (Desconheço o autor)

FELIZ PÁSCOA!


ISAÍAS 53

Não havia nEle beleza ou formosura que nos agradasse
Era rejeitado, o mais humilhado entre os homens
Homem de dores, sabe o que é padecer, desprezado
Dele não fizemos caso
Ele levou sobre si as nossas dores
Ele levou sobre si as nossas trangressões
E nós olhavamos para Ele,
Pensavamos que eram seus próprios pecados que o levavam ali
mas foi por mim e por ti
Ele foi transpassado, moído pelas nossas iniquidades
Oprimido e humilhado , não abriu a boca como um cordeiro
Seu castigo nos traz paz, Suas chagas a cura
Por suas pisaduras, fomos sarados!!!

*Diante do Trono

VOCÊ É UM IDIOTA?


Em meio a tantas pessoas que entram e saem de nossas vidas, é impossível não cruzar de vez enquanto com as idiotas. Nada é perfeito, né? Mas o que significa ser idiota, na verdade? Talvez, “idiota” seja o xingamento mais comum em nosso cotidiano. Creio que este é um termo de conceito muito relativo, portanto varia de pessoa para pessoa. Para mim, é fácil identificar uma pessoa idiota. E quando eu a encontro, dou um jeitinho de ficar pouco tempo perto dela. E sem perder a educação, claro, saio de fininho!
Ela pode ser gente boa, sem dúvida, mas em geral é muito preocupada com o que os outros vão pensar a seu respeito. E também faz coisas sem se dar conta das idiotices que está cometendo:

1 – Ela ri sem motivos, só para sair bem na foto (e nem sempre sai, porque um idiota deste tipo consegue, no máximo, esboçar um sorriso superficial e desbotado que não agrada a todo mundo);

2 – O idiota tem mania de usar pessoas para, tão somente, causar impressão de poder. A falta de competência para conquistar apenas com um sorriso ou com amor leva este coitado contentar-se com pouco. Neste caso, para ele, tudo o que vem é lucro. Aliás, este é um problema que provoca nos mais normais um certo sentimento de pena;

3 – O idiota também tem mania de estar certo. A palavra final tem que ser a dele. Ele está sempre no controle, adora especular, julgar e acredita o tempo inteiro nos próprios palpites. Por esta razão, conta com a desvantagem de nunca acertar. Sinto em informar, mas um idiota desta categoria nunca vai ganhar em nenhum tipo de jogo...nem os do amor;

4 – O idiota também gosta de subestimar as pessoas, esquecendo-se de dar uma conferidinha no espelho antes de abrir a boca. Ele contabiliza e repara em todos os defeitos que não sejam os seus. O alvo dele é sempre o outro. O dedo dele está sempre apontado para a frente e nunca para si. Esta categoria de idiota tem fortes tendências para a solidão, a não ser que encontre outro idiota para acompanhá-lo;

Há vários outros indícios que nos levam aos idiotas, mas torna-se cansativo citar. Por fim, posso dizer que uma pessoa idiota tem ainda dois péssimos defeitos: ela nunca reconhece que errou ou que perdeu. Acho que idiotice deveria ser considerada doença de cunho emocional, com CID (Código Internacional da Doença) e medicamento controlado. E como há cura para todos os males, vou terminando este texto bem humorado torcendo para que o mundo fique cada dia mais livre dessa praga. Abaixo a idiotice!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

CAIO VINÍCIUS...






Minha melhor produção.
Te amo, filho!!!

SORRI...


Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

*Charles Chaplin

terça-feira, 30 de março de 2010

TEMPORADA DAS FLORES - Leoni


Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.
Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...
Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.

segunda-feira, 29 de março de 2010

FRESTA - Fernando Pessoa



Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

MONÓLOGO DE ORFEU - Vinícius de Moraes


Algum dia recebi esta homenagem...

Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa
O meu peito em soluços! Te enrustiste
Em minha vida; e cada hora que passa
E' mais porque te amar, a hora derrama
O seu óleo de amor, em mim, amada...
E sabes de uma coisa? cada vez
Que o sofrimento vem, essa saudade
De estar perto, se longe, ou estar mais perto
Se perto, - que é que eu sei! essa agonia
De viver fraco, o peito extravasado
O mel correndo; essa incapacidade
De me sentir mais eu, Orfeu; tudo isso
Que é bem capaz de confundir o espírito
De um homem - nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga
Esse contentamento, essa harmonia
Esse corpo! e me dizes essas coisas
Que me dão essa fôrça, essa coragem
Esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música!
Nunca fujas de mim! sem ti sou nada
Sou coisa sem razão, jogada, sou
Pedra rolada. Orfeu menos Eurídice...
Coisa incompreensível! A existência
Sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos. Tu
És a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo, minha amiga
Mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! criatura! quem
Poderia pensar que Orfeu: Orfeu
Cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres - que êle, Orfeu
Ficasse assim rendido aos teus encantos!
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo
No pensamento e aqui me deixo rente
Quando voltares, pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo!
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que eu estarei contigo!