quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais uma pra coleção


Com quase 4 mil cervejas - de 132 países -, empresário Eduardo Dantas é o maior colecionador do Nordeste. A bebida é a terceira mais ingerida no mundo e o Brasil aparece na 29ª posição no ranking de consumo

Há mais de 30 anos, o comerciante Eduardo Dantas cultiva – com muito esmero – o hábito de colecionar cervejas. Isto mesmo! Em um dos cômodos da sua casa, na Fazenda Lages, a 12 quilômetros de Itabaianinha, ele guarda um montante de quase 4 mil cervejas que representam mais de 130 países.

Dispostas em várias prateleiras, as latinhas, latões, garrafas e barris são cuidadosamente catalogados. E a chave do seu ‘cervejódromo’ somente ele possui. Até onde se sabe, a coleção de Eduardo Dantas é a maior do Nordeste. “Há outro louco em São Paulo que tem mais de 21 mil latas guardadas em dois apartamentos fechados. Eu sou um louco em menor escala e creio que estou em primeiro lugar por aqui”, diz, num tom bem humorado.

Quando questionado sobre o porquê de colecionar cervejas, Eduardo Dantas explica que ‘este é um tipo de coleção que não para: está sempre inovando.’ E o mais curioso é que, apesar de exímio colecionador, ele nunca fez da paixão nacional o seu grande vício: costuma beber uma taça apenas para degustação.

CURIOSIDADES
Enquanto apresenta a sua coleção à reportagem, Eduardo Dantas também mostra que entende bem do assunto. Segundo ele, a cerveja é a terceira bebida mais consumida no mundo (perdendo apenas para a água e o chá). A maior cervejaria é a Budweiser, nos Estados Unidos, que também é o país que mais produz a bebida. Na Bélgica, está a maior variedade, mas é na Alemanha que se concentra o maior número de cervejarias por pessoas.

“O maior consumo de cerveja está na Tchecoslováquia. Lá são 180 litros por pessoa/ano. A Irlanda vem em segundo lugar, com 153 litros. O nosso Brasil está bem distante no ranking de consumo. Ele aparece na 29ª posição, com 56 litros por pessoa/ano. O Rio de Janeiro é o Estado com maior número de ingestão: são 90 litros por pessoa”, explica Dantas.

Eduardo Dantas acrescenta que a cerveja chegou ao Brasil com a família real, no ano de 1808. As primeiras cervejas nacionais tinham tampa de rolha que, por causa da fermentação, era amarrada ao gargalo com uma mini-corda. Dantas também explica que contrário ao que se pensa, chopp e cerveja são a mesma bebida.

“A diferença é que o chopp passa pelo processo de pasteurização para que os germes patogênicos sejam eliminados. Algumas pessoas também não sabem que o famoso colarinho (espuma que se acomoda na borda do copo) não é um mero enfeite. Ele atua como isolante térmico e preserva aromas e gás carbônico da cerveja”, esclarece o ‘professor’.

O colecionador Eduardo Dantas nunca recebeu proposta para vender a sua coleção. Ele deixa claro que não tem nenhuma pretensão de fazê-lo, mas que tudo tem o seu preço. “Nos parâmetros normais, eu não venderia. A não ser que o dinheiro oferecido fosse suficiente para que eu não trabalhasse nunca mais”, diz, esbanjando simpatia.

Matéria publicada no Jornal Cinform - Aracaju/SE

Texto:
Alessandra Cavalcanti

Foto:
Marcelle Cristinne

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