segunda-feira, 29 de março de 2010

FRESTA - Fernando Pessoa



Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

2 comentários:

  1. AlÊ querida
    Apesar do pouco tempo,posso testemunhar que vc é uma mulher que passa fibra e sensibilidade ao mesmo tempo.
    Já amo sua vida.
    Continue prosseguindo para o alvo.
    Beijocassssssssssssss

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