quarta-feira, 20 de outubro de 2010

QUE MEDO DE AMAR QUE NADA!



*Alessandra Cavalcanti

Hoje, o chefinho chegou à Redação cantarolando aquela música de Beto Guedes, intitulada ‘O medo de amar é o medo de ser livre’. A letra maravilhosa e melodia formidável me fizeram parar para pensar se realmente devo acreditar nesta afirmativa tola de que não se ama porque se tem medo. E me recuso a crer no que considero pura balela.

E rebato: medo? Só de bicho peçonhento e de gente ruim. Não se ama porque em determinada vida ainda não chegou aquele alguém que fizesse o coração ficar prestes a sair pela boca. Ou porque ainda não se deu a oportunidade de experimentar um gostoso ‘cafuné sem pressa’, como bem disse Drummond, e de bolar ‘comidinhas pra depois do amor’, de forma bem prendada como citou Vinícius de Moraes.

Não se ama porque se faz questão de deixar as porteiras fechadas para o que a vida tem de melhor e de mais sublime. E assim como Vinícius, ‘eu, francamente, já não quero nem saber de quem não vai porque tem medo de sofrer...”. O amor chega para jogar fora todos os medos.


O MEDO DE AMAR É O MEDO DE SER LIVRE

*Beto Guedes

O medo de amar é o medo de ser
livre para o que der e vier
livre para sempre estar
onde o justo estiver

O medo de amar é medo de ter
de todo momento escolher
com acerto e precisão
a melhor direção

O sol levantou mais cedo e quis
em nossa casa fechada entrar - pra ficar

O medo de amar é não arriscar
esperando que façam por nós
o que é nosso dever - recusar o poder

O sol levantou mais cedo e cegou

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