quarta-feira, 24 de novembro de 2010

QUE SEJAS MEU UNIVERSO - PG


Que sejas meu universo...
Não quero dar-te só um pouco do meu tempo
Não quero dar-te um dia apenas da semana.

Que sejas meu universo...
Não quero dar-te as palavras como gotas
Quero que saia um dilúvio de bênçãos da minha boca.

Que sejas meu universo...
Que sejas tudo o que sinto e o que penso
Que de manhã seja o primeiro pensamento
E a luz em minha janela.

Que sejas meu universo...
Que enchas cada um dos meus pensamentos
Que a tua presença e o teu poder sejam alimento,
Jesus este é o meu desejo.

Que sejas meu universo...
Não quero dar-te só uma parte dos meus anos
Te quero dono do meu tempo e dos meus planos.

Que sejas meu universo...
Não quero a minha vontade
Quero agradar-te
E cada sonho que há em mim quero entregar-te.

Que sejas meu universo...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais uma pra coleção


Com quase 4 mil cervejas - de 132 países -, empresário Eduardo Dantas é o maior colecionador do Nordeste. A bebida é a terceira mais ingerida no mundo e o Brasil aparece na 29ª posição no ranking de consumo

Há mais de 30 anos, o comerciante Eduardo Dantas cultiva – com muito esmero – o hábito de colecionar cervejas. Isto mesmo! Em um dos cômodos da sua casa, na Fazenda Lages, a 12 quilômetros de Itabaianinha, ele guarda um montante de quase 4 mil cervejas que representam mais de 130 países.

Dispostas em várias prateleiras, as latinhas, latões, garrafas e barris são cuidadosamente catalogados. E a chave do seu ‘cervejódromo’ somente ele possui. Até onde se sabe, a coleção de Eduardo Dantas é a maior do Nordeste. “Há outro louco em São Paulo que tem mais de 21 mil latas guardadas em dois apartamentos fechados. Eu sou um louco em menor escala e creio que estou em primeiro lugar por aqui”, diz, num tom bem humorado.

Quando questionado sobre o porquê de colecionar cervejas, Eduardo Dantas explica que ‘este é um tipo de coleção que não para: está sempre inovando.’ E o mais curioso é que, apesar de exímio colecionador, ele nunca fez da paixão nacional o seu grande vício: costuma beber uma taça apenas para degustação.

CURIOSIDADES
Enquanto apresenta a sua coleção à reportagem, Eduardo Dantas também mostra que entende bem do assunto. Segundo ele, a cerveja é a terceira bebida mais consumida no mundo (perdendo apenas para a água e o chá). A maior cervejaria é a Budweiser, nos Estados Unidos, que também é o país que mais produz a bebida. Na Bélgica, está a maior variedade, mas é na Alemanha que se concentra o maior número de cervejarias por pessoas.

“O maior consumo de cerveja está na Tchecoslováquia. Lá são 180 litros por pessoa/ano. A Irlanda vem em segundo lugar, com 153 litros. O nosso Brasil está bem distante no ranking de consumo. Ele aparece na 29ª posição, com 56 litros por pessoa/ano. O Rio de Janeiro é o Estado com maior número de ingestão: são 90 litros por pessoa”, explica Dantas.

Eduardo Dantas acrescenta que a cerveja chegou ao Brasil com a família real, no ano de 1808. As primeiras cervejas nacionais tinham tampa de rolha que, por causa da fermentação, era amarrada ao gargalo com uma mini-corda. Dantas também explica que contrário ao que se pensa, chopp e cerveja são a mesma bebida.

“A diferença é que o chopp passa pelo processo de pasteurização para que os germes patogênicos sejam eliminados. Algumas pessoas também não sabem que o famoso colarinho (espuma que se acomoda na borda do copo) não é um mero enfeite. Ele atua como isolante térmico e preserva aromas e gás carbônico da cerveja”, esclarece o ‘professor’.

O colecionador Eduardo Dantas nunca recebeu proposta para vender a sua coleção. Ele deixa claro que não tem nenhuma pretensão de fazê-lo, mas que tudo tem o seu preço. “Nos parâmetros normais, eu não venderia. A não ser que o dinheiro oferecido fosse suficiente para que eu não trabalhasse nunca mais”, diz, esbanjando simpatia.

Matéria publicada no Jornal Cinform - Aracaju/SE

Texto:
Alessandra Cavalcanti

Foto:
Marcelle Cristinne

sábado, 13 de novembro de 2010

Amigos...


"Eu poderia suportar - embora não sem dor - que morressem todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem os meus amigos." Faço minhas as palavras do incrível Poetinha Vinícius de Moraes.

FLOR DA PALMEIRA


“Lá vem a flor da Palmeira, a mulher mais dançadeira e cheirosa que já conhecemos”. Com esta saudação, Maria Ferreira, ou simplesmente Binha, era recebida quando ‘botava os pés nos forrós da vida’ que aconteciam nos fins de semana, lá pelas bandas da zona rural de Malhador – distante 49 quilômetros de Aracaju.

Os homens se animavam, ‘as mulheres enciumadas ficavam’ e a poeira subia quando ela chegava. Aos 72 anos, Binha relembra, sorrindo, um pouco das coisas que aprontou nos melhores dias de sua mocidade.

Maria Ferreira é uma das figuras mais simpáticas do povoado Palmeira. Dona de muitas risadas e estripulias, das quais ela não se arrepende de jeito nenhum, Binha ganhou como brinde 22 filhos gerados quando a poeira baixava e no apagar das luzes de cada forrobodó.

Um detalhe importante: ela nunca casou e apenas dois dos seus rebentos tinham o mesmo pai. “Os outros são de pais diferentes, que nunca conheceram os meninos. Eu ficava os nove meses sozinha, porque eles me abandonavam. Depois de 15 dias de parida, eu botava o meu batom vermelho, o meu rouge e ia de novo para os bailes dançar. Chegando lá, eu me engraçava por outro filho da peste, e começava tudo outra vez”, relembra, às gargalhadas. “Os homens não se apaixonam tão fácil. É tudo ilusão”, acrescenta.

Apesar de tantas paixões, a namoradeira Binha sempre trabalhou para criar a prole. E deu conta do recado. “Criei todos na barra da minha saia, comendo adicuri e jenipapo”, diz. Sobre o quesito ‘preconceito’, ela afirma que nunca sofreu discriminação por ser mãe solteira. Também não gosta de dar conselho, porque acredita que as pessoas só compreendem os problemas quando passam por eles.

Binha enfrentou uma vida inteira de dificuldades, mas se declara uma mulher realizada ao lado dos seus filhos e de mais de 40 netos. “Não me arrependo de nada. Sempre fui feliz e nunca vivi de aparência como acontece com muitas mulheres casadas, que ficam em casa, sofrendo, e eles na rua, aprontando”, declara a simpática Binha.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CABAÇA NA CABEÇA


*Alessandra Cavalcanti

Em todo o mundo, milhões de pessoas colecionam os mais diversos objetos. Tem gente com mania de guardar selos, cartões postais, bonés, chaveiros, máquinas de escrever, celulares, calculadoras antigas. E o que poderia ser considerado um simples hobby, acaba sendo uma atividade cultural por excelência.

No município de Tobias Barreto – distante 113 quilômetros de Aracaju –, a aposentada rural Maria Elza de Oliveira, de 62 anos, coleciona cabaças. É isso mesmo! São aqueles objetos parecidos com cuias, e que, aliás, são assim chamados em outras regiões.

Às cabaças, também foram acrescidos termos como porongo e taquera. E seja qual for a nomenclatura, elas são, nada mais nada menos, do que uma planta trepadeira presente no Norte e Nordeste brasileiro, comumente utilizada como utensílio indispensável no dia a dia das tribos indígenas.

PRAZER
O hábito prazeroso da simpática Maria Elza – que sorri ainda mais quando percebe os olhos curiosos e deslumbrados da reportagem – é mantido há muitos e muitos anos. Sua casa é ornamentada com cabaças dos mais variados tamanhos e chama a atenção de quem passa por perto.

“Desde criança tenho essa mania. Comecei a catar as cabaças no sítio do meu avô. E desde aquela época vou recolhendo todas aquelas que encontro”, diz a criativa senhora. Natural do município baiano de Olindina, Maria Elza fixou residência em Tobias Barreto há mais de 30 anos, levando consigo a velha e gostosa mania.

Segundo ela, ‘baiano gosta de cabaça’. Sua coleção já foi bem maior, mas diminuiu porque sempre que familiares e amigos vêm visitá-la levam consigo uma ‘cabacinha envernizada’ como lembrança. “Se eu fosse contar todas as que já tive, certamente daria para encher a carroceria de um caminhão”, diz a colecionadora, deixando escapar um certo saudosismo pelas peças que se foram.

Mas logo ela se conforma ao recordar que se foi Deus quem fez, por que um presente assim será negado a quem lhe pede? “Vale lembrar que também sou presenteada quando recebo dos amigos o convite para visitar suas terras e trazer novas peças de lá. Volto cansada, trazendo nas costas as cabaças dos lugares onde passo, mas não deixo nenhuma sequer”, brinca Maria Elza, mostrando que colecionador que se preza não deixa a mania no meio do caminho.

Foto: Arnon Gonçalves

O HARÉM DO SULTÃO SERGIPANO


*Alessandra Cavalcanti

No auge dos seus 78 anos, qual a receita para um homem cultivar o talento na arte de conquistar as mulheres? Líder de uma família atípica, José de Paula Almeida, o popular Zé do Baião, dá a dica, confiando no próprio taco e na experiência de quem administra a vida ao lado de muitas companheiras: “Tudo é questão de tratar bem. Mulher é um tipo de remédio sem efeitos colaterais. Quanto mais, melhor”, afirma o agricultor.

Zé do Baião nasceu e vive até hoje na praia do Abaís, no município de Estância, a 68 quilômetros de Aracaju. Lá, ele tem um bar e vários sítios de coco, de onde tira a renda capaz de oferecer conforto para tanta gente. Conhecido como sultão sergipano, Zé do Baião tem seis esposas, quatro namoradas e alguns ‘casinhos extras’.

Sua prole é numerosa: 57 filhos, 70 netos e 10 bisnetos. Mesmo assim, ele garante que consegue dar atenção a todos e se considera um excelente pai. “Nunca desamparei nenhum dos meus filhos. Todos têm casa e carinho meu. Em dias de festa, a casa se torna pequena para tanta gente”, afirma.

Sexo

Contrário ao que se pensa, as mulheres de Zé do Baião convivem em paz entre si, fato que acabou sendo um pré-requisito imposto por ele. Algumas até auxiliam na criação dos filhos das outras sem nenhum problema. “Elas não sentem ciúmes porque consigo deixar todas satisfeitas. Sou um marido bom e por isso elas não querem me perder”, diz.

“Não tenho moradia certa. Dei uma casa, conta no banco e cartão de crédito a cada uma delas. Quando quero vê-las vou visitando de uma por uma. As sogras não intervêm. Muito pelo contrário: são felizes porque trato bem as filhas delas”, afirma Zé. Para ele, não há diferença entre esposa e namorada. “Todas me esperam, me dão beijinhos na boca e vão para a cama comigo. Faço amor de manhã, à tarde e à noite, de domingo à quinta-feira. Na sexta, descanso e acendo velas para a minha santa”, destaca, sem revelar o nome da intercessora.

Ele afirma não haver segredos para tanto apetite sexual. É apenas um homem regrado, que dorme cedo, alimenta-se várias vezes ao dia, evita gorduras e está sempre de bem com a vida. Enquanto muitos dos seus amigos fumam, bebem e fazem caminhada para manter a forma, o vício e o esporte de Zé é apenas um: mulher.

Nada de paixão

Paixão e amor são coisas complicadas para Zé do Baião, que em nenhum momento da vida pronunciou a frase ‘eu te amo’. “Sou viciado nelas, gosto delas, porém nunca me apaixonei. Esses sentimentos são complicados e só acabam em tragédias ou mágoas. Do jeito que sou está bom para todo mundo”, enfatiza Zé.

Ele também não sente ciúmes de nenhuma das suas ‘donas’ e diz que basta um beijo frio ou desculpas mentirosas de doenças na hora do amor para o relacionamento chegar ao fim. “Separo no mesmo dia. O direito que eu tenho de arrumar outra ela também terá, desde que não esteja mais comigo, porque, como diz a história, se eu for para o cabaré, no outro dia serei o mesmo Zé. Já a mulher ganha fama ruim”, comenta.

Zé do Baião diz que durante toda a vida já teve 44 mulheres, no entanto foi casado apenas duas vezes: uma na igreja e outra no civil. “Houve uma época em que eu dormia na mesma cama, entre elas. Nunca houve discussão”, lembra Zé, sorrindo. As duas esposas morreram, mas a vida dele continuou. Sempre tem mulher nova na área e ele acredita que isso acontece porque a propaganda é a alma do negócio.

“Todas as mulheres que tenho acabam me anunciando bem por aí afora. Elas falam que sou bom marido, que trato todas com carinho e isso acaba atraindo outras mulheres. Além disso, faço questão de andar charmoso, com minhas roupas de linho, cordão de ouro no pescoço e muito cheiroso”, diz.

Pecado

Católico e padrinho de 151 afilhados, Zé do Baião nunca vai à missa. “Acabo me distraindo ao olhar para as pernas bonitas que têm por lá”, diz. Ele também não considera pecado o fato de conviver com várias mulheres ao mesmo tempo. “Ainda não vi qual é a bíblia que proíbe isso. Não estou fazendo mal a ninguém. Trago as mulheres para junto de mim com o sentido de fazer apenas o bem. Nunca levantei a mão para nenhuma delas, só dou amor e carinho. Além disso, sou sincero desde o início. Nunca jurei amor, nem casamento. A gente fica ao lado do outro até quando der certo”, explica, em tom sério.

Apesar do gosto exagerado pelo sexo feminino, Zé do Baião não compra revista de mulher pelada por achar que tudo é melhor ao vivo. Chateado, ele traz à tona um ‘boato constrangedor’ veiculado em um jornal da imprensa sergipana, afirmando que ele pretende posar nu algum dia. “Nunca falei isso e acho de grande mau gosto e irresponsabilidade um comentário assim. Por essa razão, tenho me negado a dar entrevistas sobre a minha vida. Gosto é de mulher e não quero graça com atitudes desse tipo”, desabafa Zé do Baião.

*Foto: Reprodução/Divulgação