quarta-feira, 22 de setembro de 2010


"...ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins..."

Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RABISCOS DE CAIO FERNANDO ABREU



COTIDIANO

"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir.
Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora.
Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou.
Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê.
E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância.
Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva.
Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber.
Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância.
Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”

SAUDADE

"Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga
com carne por fora e espinho por dentro."

BARQUINHO

Eu entro nesse barco, é só me pedir.
Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes.
Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia.
Mas você tem que remar também.
E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia.
Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir.
Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto.
Eu te ensino a nadar, juro!
Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças!
Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser à toa, que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.Re-amar.
Amar.
"Precisamos ser pacientes, mas não a ponto de perder o desejo. Devemos ser ansiosos, mas não a ponto de não saber esperar."

Max Lucado

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A ÚLTIMA GRANDE LIÇÃO: O SENTIDO DA VIDA



Passados cinco anos, resolvi reler o livro que considero o mais lindo do mundo: A última grande lição, de Mitch Albom. A história é real fala sobre o reencontro (20 anos depois) do escritor com o seu melhor professor da universidade, quando este estava à beira da morte.

Com o contato e a afeição restabelecidos, Mitch passou a visitar o seu antigo mestre, Morrie, todas as terças-feiras, tentando sorver seus últimos ensinamentos. Durante 14 encontros, por intermédio das ágeis mãos de Mitch e do bondoso coração de Morrie, nasceu esta obra, que nos transmite maravilhosas reflexões sobre amor, amizade, medo, perdão e morte.

Com mais de dez milhões de exemplares vendidos no mundo, este livro foi o último desejo de Morrie, e sua última grande lição: deixar uma profunda mensagem sobre o sentido da vida. O livro é, sem dúvida, um grande presente para o mundo. Recomendo.

ARROGÂNCIA EM BAIXA



Já perdi preciosos momentos dos meus nada-mole dias para tentar encontrar alguma explicação que justifique a existência de uma pessoa arrogante neste mundo de meu Deus.

Não achei nada que amenizasse esse gostinho de jiló. Deve ser porque não existe justificativa para alguém que fala sempre mais alto, não tem humildade, é excessivamente vaidoso e orgulhoso, no sentido mais ínfimo destas palavras.

Fico pensando no quanto é bom ser querido, ser bem aceito e agradável. E traçando um paralelo com quem não é assim, vejo que o arrogante merece ainda mais as nossas orações para que todo o seu amargor se converta em doçura, e para que o seu convívio consigo seja ao menos suportável.

Viver ao lado de alguém assim deve a melhor forma de pagar os pecados, uma verdadeira penitência. E trabalhar ao lado de um arrogante é, sem dúvida, uma boa oportunidade para testar a paciência e a fé. O camarada que consegue esta proeza chega bem perto da entrada do céu.

O meu conselho é: quando um serzinho assim se aproximar de você, tente cantar. É, cantar. Uma melodia suave vai cair como luva no combate aos efeitos nocivos de quem ainda não percebeu o tamanho da sua inconveniência.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, porque até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." (Provérbio árabe)

COMO UMA ONDA


Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar

*Lulu Santos/Nelson Motta

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Foi preciso...



Foi preciso...
Perder.
E desprotegida,
Enfrentar o gelo da dor.
Sem noção,
Errar o caminho,
Engolir ausências,
Vomitar mágoas,
Ultrapassar vontades...
Para, enfim,
Abraçar o Teu Amor.

O DONO DA ESTAÇÃO


A vida se move em ciclos
Tudo é fase, tudo passa
A Deus pertenceo tempo
De plantar e de colher

Ele é o dono da estação
O Pai jardineiro
Que vai transformar
Os dias frios do nosso inverno
E a folhagem do outono renovar

Ele é o dono da estação
Que fertiliza o solo seco do verão
Enche de cores as flores
E os bosques do coração

O dono da estação
Faz florir a primavera
E quando menos se espera
Perfuma os campos da vida
Com aroma suave
De lírios, rosas, jasmins

Se faltar beleza em teu jardim,
Espera no Senhor
Nem sempre é inverno
E nem será verão
O outono vai chegar
Folhas secas vão cair
Com sua permissão

Tudo é fase, vai passar
A primavera vai brotar
E você estará em jardineiras mãos
Porque o Deus semeador
É o dono da estação
Deixe o Deus semeador
Regar suas fases com amor

*Alessandra Cavalcanti

Nostálgica por natureza...



Descobri que sou nostálgica por natureza, que alguns sentimentos me derrubam e que eu ainda não aprendi a ser tão forte. Descobri que não sou tão paciente, nem tão compreensiva, e que tenho uma certa habilidade para atrair pessoas...e afastá-las também.
Descobri, enfim, que sou um caso pra ciência estudar, que a minha fé ainda não está do tamanho que eu gostaria que estivesse, que detesto sentir saudade e que não sou louca, por estar aqui me expondo desta maneira.
Descobri que vai demorar mais um pouco – ou muito – para eu me tornar quem gostaria de ser, que sou péssima comigo mesma e que preciso diminuir URGENTEMENTE os meus níveis de ansiedade.
Acabei de descobrir que preciso parar de escrever, porque este assunto é chato e ninguém tem nada a ver com isto.

ENCERRANDO CICLOS...


Sempre é preciso saber
quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela
mais do que o tempo necessário,
perdemos a alegria
e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos,
fechando portas,
terminando capítulos,
não importa o nome que damos.

O que importa é deixar no passado
os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada
desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo
se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo
que não dará mais um passo
enquanto não entender as razões
que levaram certas coisas,
que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude
será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seu marido ou sua esposa,
seus amigos, seus filhos, sua irmã...
Todos estarão encerrando capítulos,
virando a folha,
seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo
no presente e no passado,
nem mesmo quando tentamos
entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará:
não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios,
filhos que se sentem culpados
ou rancorosos com os pais,
amantes que revivem
noite e dia
uma ligação com quem já foi embora
e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam
e o melhor que fazemos
é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante
(por mais doloroso que seja!)
destruir recordações,
mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível
é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração
e o desfazer-se de certas lembranças
significa também abrir espaço
para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando
nesta vida com cartas marcadas.
Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo,
não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio,
que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional
e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu com determinada perda:
isso o estará apenas envenenando
e nada mais.

Não há nada mais perigoso
que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego
que não têm data marcada para começar,
decisões que sempre são adiadas
em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo
é preciso terminar o antigo:
diga a si mesmo que o que passou,
jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época
em que podia viver sem aquilo,
sem aquela pessoa...
Nada é insubstituível,
um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio,
pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.

Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho,
por incapacidade, ou por soberba.
Mas porque simplesmente
aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta,
mude o disco,
limpe a casa,
sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Desconheço o autor)