skip to main |
skip to sidebar
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
..................
NO CORPO
De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares
O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente.
.......................
MADRUGADA
Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes
...porque a vida é reescrita a todo momento!
sábado, 16 de outubro de 2010
RABISCOS DE FERREIRA GULLAR
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
..................
NO CORPO
De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares
O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente.
.......................
MADRUGADA
Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A dona dos rabiscos
Rabiscos antigos...
-
▼
2010
(63)
-
▼
outubro
(19)
- RABISCOS DE LYA LUFT
- "Quando a gente quer, faz acontecer"
- Vida e obra de Maurício de Sousa são temas de livr...
- Criacionismo é tema de palestra em Aracaju
- Prêmio 'João Sapateiro de Poesia Popular' moviment...
- Elimine da sua vida qualquer pessoa que não esteja...
- OLHOS VERMELHOS - Capital Inicial
- É PROIBIDO
- QUE MEDO DE AMAR QUE NADA!
- CRENÇA
- RABISCOS DE FERREIRA GULLAR
- RABISCOS DE PAULO LEMINSK
- RABISCOS DE HILDA HILST
- RABISCOS DE CLARICE LISPECTOR
- ALMA PERFUMADA - Drummond
- COMO TUDO COMEÇOU?
- PRAÇA LUIZ GONZAÇA É TRIBUTO ESQUECIDO
- QUE SAUDADE DA PROFESSORINHA...
- À DISTÂNCIA, ENSINO ELIMINA CALOR HUMANO E COMPROM...
-
▼
outubro
(19)
Nenhum comentário:
Postar um comentário