segunda-feira, 18 de junho de 2012

IGREJA EMERGENTE: Púlpito ou vitrine? Eis a questão!


Qual deve ser o lugar do pastor nos dias atuais? É possível escapar das garras da igreja emergente e recuperar a essência do cristianismo, sem ser uma igreja retrógrada e engessada?

Alessandra Cavalcanti

Você participa de uma grande pregação ou de um grande espetáculo quando vai a um culto? Esse questionamento merece uma boa reflexão para que a resposta seja honesta. É um tipo de assunto que, sem dúvida, pode fazer render muito ‘pano pras mangas’. A estudante Maria Paula Sousa, 24 anos, por exemplo, está pensando seriamente em mudar de igreja, porque a sua ‘vem repetindo os sermões frios do pastor ultrapassado’.

“Acho que não adianta contar com um pastor que deixa a sua sabedoria bíblica apenas no campo da teoria. Na igreja que tenho visitado de vez em quando, há mais animação. Isso atrai’, destaca Maria Paula. Talvez seja nesse tipo de ‘atração’ onde mora o perigo. Para o pastor Ronildo Farias, da Igreja Presbiteriana Sião, o abandono da simplicidade do evangelho acaba sendo apenas um dos contratempos da igreja emergente.

“Ela também pode provocar um comprometimento da pureza proposta por Cristo para os seus seguidores, bem como uma conformação maior com as coisas do mundo, promoção da vaidade e do orgulho, além da sonegação da verdade firmada pela Bíblia. Em resumo, a igreja emergente mais confunde do que explica e/ou auxilia”, destaca o pastor presbiteriano.

ESPIRITUALIDADE RASA

Para o teólogo Kevin De Young, um dos autores do livro ‘Não quero um pastor bacana’ (publicado em 2011 pela Editora Mundo Cristão), vive-se um tempo em que pastores e lideranças, em busca de programações atraentes, têm envolvido seus membros em um ativismo desgastante e uma espiritualidade rasa. Desta forma, perdem o foco da propagação do evangelho, enquanto investem tempo e dinheiro para lotar os bancos de suas congregações. “O resultado disso é uma geração de cristãos aparentemente felizes, mas pouco familiarizados com os fundamentos bíblicos”, diz Young.

Assim, percebe-se que um púlpito, um microfone e um pastor são uma combinação que pode resultar, sim, em uma grande pregação, mas também e tão somente em um grande espetáculo. Colocado em altos pedestais, acima de suas ovelhas e, em alguns casos, adorado como o próprio Deus, o sacerdote pode perder o foco de sua verdadeira missão, ministério e vocação - levando a própria igreja para um abismo repleto de beijos, sorrisos, roupa da moda, afagos e pouca base teológica.

VOCÊ É UM PASTOR BACANA?

O pastor Francinaldo Bessa, da Igreja do Evangelho Quadrangular, também foi entrevistado pela Revista Chama. Apesar de lamentar ‘o padecimento’ da igreja com postura emergente, ele acredita que ainda é possível resistir a esse tipo de modernidade e resgatar a essência do cristianismo, sem tornar a ‘casa de Deus’ uma instituição arcaica e engessada.

“Não podemos esquecer que somos pastores e que a sociedade nos vê de forma diferente. Não precisamos ser carrancudos, nem participar de uma igreja fechada, mas apenas agir de forma equilibrada. A casa de Deus é lugar de alegria, de fé, e o equilíbrio vai fazer toda diferença em nosso ministério”, ressalta o pastor Francinaldo.

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